2 de dezembro de 2011

OLHARES


Estou participando da 1ª Semana Cultural na cidade de Taubaté (SP) com uma exposição de poemas ao qual denominei “Varal de Inquietações”. A abertura da Semana Cultural aconteceu neste dia 01 de dezembro, numa quinta feira de dezembro fria e chuvosa. Está sendo uma experiência para mim, poder mostrar meu trabalho em outra visão. Pude notar durante a abertura que as maiorias das pessoas não estão prontas para a poesia contemporânea. Ainda vivem num século que desconheço, ficam presas ao passado, a uma linguagem arcaica, comum e sem ousadia.
Pessoas circulavam pelo espaço ‘Solar da Viscondessa de Tremembé’ onde se encontra a exposição, entravam, assinavam o livro de registro e iam caminhando por entre os poemas e artes ali expostas.
Uma pessoa por lá circulando me fez a seguinte pergunta, “porque ‘Varal de Inquietações’? Como sua poesia se classifica? É haicai? E lhe respondi: “poesia não se explica, se sente, a defino como gotas que se dissolvem”. Não entendeu e foi embora.
Ler ou carregar um livro na bolsa, meu caro não quer dizer que você seja um bom leitor. A leitura ultrapassa as fronteiras, os limites. Eu não apenas leio, eu entro dentro do livro. Sinto cada verso que surge, cada vírgula, cada som.
Não escrevo para ser entendida, nem compreendida. Sou uma inquietante das letras.
Como bem definiu o jornalista e escritor José Castello no artigo sobre ‘Kerouac e Tchekhov muito confusos’ publicado no blog ‘A literatura na poltrona’ no site do jornal O Globo. Em uma parte do texto diz que “o estado de confusão é inerente e essencial ao trabalho da escrita”, concordo e assino embaixo. Ser confuso é um ótimo começo para quem quer começar a escrever. Minha exposição lá continua, até dia 12 de dezembro, se você gosta de questionamentos e concorda que arte é inquietação, provocação passe por lá e deixe sua marca.
Abraços aos inquietantes e provocativos!

Um comentário:

ALEXANDRE WAGNER MALOSTI disse...

O não entender, o não estar preparado, etc... precisamos romper padrões, inovar, trazer novidades, chocar.... trabalhos que nem sempre serão entendidos... mas quem o faz para que sejam? para que se preocupar se são entendidos? tudo é um processo.... o inaceitável hoje, será aceito amanhã, o não compreendido também e assim vamos caminhando. Algo que anda me inquietando é como transmitir aos apreciadores o que escrevo, seja por sentimento, por entendimento, por visual, etc. Nós que utilizamos da escrita para comunicar-se com o mundo também não podemos ser enigmáticos o tempo todo, confusos o tempo todo... estou buscando a clareza na escrita, o entendível sem ser óbvio... etc.. para maior interação com o público, creio que não podemos exigir do leitor, do apreciador que entenda e mergulhe em tudo que escrevemos, pois algumas coisas são particularidades que as vezes só fazem sentido pra gente mesmo.. Mas tudo é um processo.... parabéns pela sua participação inquietação é tudo nessa vida.... pobre dos que não são inquietos.. beijos