29 de outubro de 2012

Aventura Surreal em Três Atos (II)


A saga continua, quando a noite desperta estamos nela para o que der e vier, ela chega a nós com suas ilustres surpresas. Antes da peça "São Paulo Surrealista 2: a poesia feito espuma" começar, chegou um casal bem comportado que caminhava a procura de algo para fazer, deixaram claro. Entraram na recepção, ficaram curiosos em assistir. Compraram o ingresso. Sempre o senso de jornalista me fala mais alto, e observo cada movimento, cada palavra tida. Percebi a curiosidade do casal em saber o que a peça mostrava, a mulher demonstrava a vontade de assistir muito mais que o marido. coisa de casal, por isso não caso. Ouvi, sem perceber a fala do marido "não conhecemos, vale a pena", e disse "olha, recomendo assiti a primeira parte, vão gostar. Assistam! Ficaram. No decorrer da apresentação o casal sentou ao meu lado, se soltaram, vi sorrisos e afetos nos lábios. Personagens da vida real que a noite nos apresenta. Eu prossegui o percurso sem destino da noite paulistana, não tinha nada o que perder. Meu caminho se cruzou com um jovem advogado frustado com sua profissão imposta pelos seus pais, adentramos a padaria próxima ao metrô Paraíso e lá foi a nossa noite, goles, recitais improvisados e lábios cruzados. Lá pelas 4h da manhã, quatro pernas sem obedecer o corpo e a mente transformou-se em desejo. eu sem saber o que me aguardava, pulei de camarote no destino. Pegamos um táxi fomos procurar um hotel para relaxar, na primeira tentativa o hotel estava lotado e o táxi dispensado, caminhamos a procura de outro. Estava ao arredores dos Jardins. O cansaço e o tesão tomava conta de ambos, os comandos já não obedeciam. Foi quando olhei do outro lado da rua, um flat o jovem disse vamos entrar e ver quanto é, lá fomos. Nunca vi algo tão surreal ao final da noite, a diária mais baixa era por volta de R$250 reais, eu poeta beat não ia ter essa grana nem sonhando, e se tivesse não seria para uma trepada. Já tinha me arriscado o que mais poderia acontecer? O jovem tira o cartão de crédito da carteira e paga a noite da promiscuidade. Chegamos ao quarto, mais bêbada e ao mesmo tempo lúcida, se é que possível o encontro de corpos começa num jogo frenético e intenso, com responsabilidade. Prezo muito a liberdade, caminha junto com a poesia.  O jovem inexperiente, corpo magrinho, ossos salientes deixou escapar que nunca tinha ficado com uma mulher mais velha do que ele, diferença de 7 anos, rs. Os homens mais jovens tem um vigor, aquele up que me deixou sem fôlego. Corpos ao espelho da manhã, sussuros na penumbra por detrás da cortina que nos observa, um silêncio oculto carregado de utopias. O silêncio era invadido pelos inexpremiveis gemidos de um gozo sem cortes.

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